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Death Note é um mangá roteirizado por Tsugumi Ōba e ilustrado por Takeshi Obata, serializado entre 2003 e 2006 na revista semanal Shonen Jump; mais tarde ganhou uma adaptação em anime com 37 episódios. Tanto o mangá quanto a versão animada é bem conceituada no universo otaku e teve forte repercussão aqui no Brasil. Particularmente, é um dos meus animes preferidos, um romance policial com toques fantásticos de tirar o fôlego. A história conta a trajetória de um estudante universitário chamado Light Yagami, que encontra um caderno capaz de matar as pessoas, bastando apenas escrever nele seus respectivos nomes mediante o conhecimento do rosto delas. Light usa esse poder para expurgar todos os criminosos do mundo e criar uma era de paz em que ele se tornará um Deus temido e respeitado. Todavia, Light se vê numa batalha psicológica contra um detetive intitulado L, que procura levar Kira(nome que deram ao misterioso indivíduo que assassinava pessoas)  a Justiça.
Daqui em diante contém spoilers sobre a série.
Durante a história, quando L descobre sobre o desaparecimento (ou morte, não lembro muito bem) de Naomi Misora, ele a menciona dentro de um caso no qual ela ajudou a resolvê-lo. É justamente esse caso que trata a história de Death Note: Another Note, centrando-se na investigação engajada por Naomi e L contra o assassino dos bonecos de palha. Embora seja um caso bem anterior ao de Kira, isso não significa dizer que não encontraremos nenhuma relação ao Death Note  ou, mais precisamente, aos Shinigamis; ademais, a história descobrirá alguns pontos interessantes do passado de L no orfanato.
Este livro é uma light novel, um romance de narração geralmente coloquial e objetiva, e com desenhos ao estilo mangá. Another Note, na verdade, não cumpre precisamente esses dois pontos: há apenas desenhos nas entradas dos capítulos e a linguagem é bem madura para combinar com o narrador, que é o Mello. Essa história não foi escrita pelo criador da série original, e sim por NisioisiN, mas Takeshi Obata participou com as ilustrações.
O livro tem uma narração bem culta para fazer jus a um romance policial. Os diálogos também são bem elaborados e requintados, como é de se esperar vindo de personagens como Naomi e L. Embora o desenvolvimento seja um pouco parado devido às longas( às vezes cansativas) deduções( às vezes quase surreais), a cada capítulo o caso ganha contornos mais interessantes e nos sentimos mais curiosos a respeito do final que, diga-se de passagem, é sensacional. Ainda acerca da linguagem, apenas destaco uma refinada e atraente característica na narração: o uso de expressões em latim e termos em inglês provavelmente próprios da profissão investigativa.
Alguns momentos de alívio cômico, por causa do próprio L, atenuam a atmosfera de investigação e garantem o divertimento dos leitores. Obviamente, recomendo a leitura deste livro apenas para os fãs da série, que provavelmente não irão se arrepender — principalmente aqueles que idolatram L (eu prefiro o Kira, rsrs).

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