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Li esse livro faz algum tempo, mas o motivo de eu ter demorado tanto para falar dele foi que eu perdi o arquivo que continha o rascunho da resenha, portanto, mesmo passado bastante tempo após a leitura, tentarei resumir minhas principais impressões.

A história ocorre num futuro breve, no ano de 2030, tendo como palco a cidade de Chantilly - que nome gostoso! -, local onde ocorreu um fenômeno ainda sem repostas: os habitantes perderam suas memórias. Catherine Aragorn foi uma delas, e escreveu um diário narrando sua vivência em Chantilly, diário este que foi encontrando por um renomado cientista chamado Ethan que, interessado no caso de Catherine, procura encontrá-la para começar a investigar o caso.

A premissa da história é muito interessante, a sinopse já consegue cativar o leitor logo de início. O único problema é que tão boa ideia não foi tão bem explorada; o livro é muito pequeno, sinalizando o tipo de leitura que o leitor irá encontrar. Mas Chantilly pedia por um pouco mais, uma ideia bem interessante que, se bem desenvolvida, descobriria uma trama muito mais instigante. Entretanto, a escolha da autora em criar uma trama bem objetiva teve seu ponto forte. A leitura do livro é bem tranquila, e leitores mais ávidos conseguem degustá-lo totalmente num único dia. (consegui ler a metade dele durante a viagem de volta da Bienal, que foi onde eu o comprei, rsrs).

O livro funcionou bem como parte dele contado através das cartas enviadas por Catherine a Ethan e vice-versa. Uma boa escolha também foi a mudança de narradores entre os capítulos, combinando com a trama investigativa que o livro apresentava, embora, em algumas ocasiões, as transições me deixaram confuso. Quanto a escrita, mesmo sendo objetiva, poderia ter sido melhor lapidada, assim como as descrições; a cidade de Chantilly, bem como outros lugares percorridos no livro, ficaram vagos na minha mente. Os personagens fazem bem o seu papel (apesar de eu quase ter parado de ler o livro depois que certo personagem... ). Faltou, infelizmente, uma melhor caracterização da maioria deles; o Leon foi o personagem mais bem construído. Apenas senti falta de uma estima maior para a Catherine, que começou a desaparecer do meio do livro em diante. Pensei que ela seria a protagonista da história, mas no final, acabou sendo outro personagem.

No final do livro, o "making of" da autora revelando um pouco sobre a criação da história foi uma ideia muito bacana, um diferencial que pouco se vê em outras publicações.

Chantilly é o primeiro livro de uma trilogia e, apesar de alguns baixos normalmente cometidos por autores iniciantes, a história mostrou vigor para deixar o leitor interessando no volume seguinte, intitulado Copenhague.

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